O objectivo da cirurgia bariátrica e metabólica é diminuir o risco das doenças associadas à obesidade.

Não é uma cirurgia estética e o seu resultado não pode ser medido apenas pela quantidade total de peso perdido. A cirurgia metabólica, pode ajudá-lo a sentir-se melhor, a ficar mais saudável, a melhorar a sua imagem corporal, a reduzir o dinheiro gasto com despesas de saúde e aumentar a sua produtividade no trabalho.

A maioria dos pacientes tem uma perda de peso rápida após a cirurgia e a perda mais rápida ocorre nos primeiros 3 a 6 meses.

A maioria dos estudos sugerem que após Bypass Gástrico, é esperada a perda de 70%-80% do excesso de peso; após Banda Gástrica cerca de 50% do excesso de peso e após Sleeve Gástrico, cerca de 60-70% do excesso de peso.

Apesar de poder ocorrer algum reganho de peso após alguns anos, a maioria dos indivíduos mantém pelo menos 50% do peso perdido a longo prazo e mantêm-se num estado globalmente mais saudável após a cirurgia.

Os valores aqui apresentados são meramente indicativos de valores médios para uma população. Todas as técnicas cirúrgicas têm casos de “sucesso”, com perda de peso de 100% do excesso de peso e casos de “insucesso”, com perdas de peso <50% do excesso de peso.

A cirurgia metabólica pode melhorar as doenças associadas à obesidade a tal ponto que a diabetes, a hipertensão e a dislipidemia podem não necessitar de mais tratamento farmacológico.

A cirurgia pode ainda ajudá-lo a diminuir o risco de desenvolver doenças cardiovasculares (enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral), diversos tipos de cancro, algumas infecções e globalmente o risco de mortalidade a 5 anos.

A cirurgia vai diminuir a capacidade do estômago tolerar alimentos, logo, vai “obrigar” à diminuição das porções alimentares. Por outro lado, as cirurgias que envolvem derivação (bypass) ao estômago, vão fazer com que os alimentos cheguem mais rapidamente ao intestino, o que vai regular a produção de diversas hormonas envolvidas na digestão, resistência à insulina e saciedade. Por outro lado, algumas destas cirurgias vão induzir um aumento da taxa de metabolismo basal, aumentando o gasto energético em repouso. A perda de peso é decorrente quer da diminuição da ingestão alimentar, quer do aumento do gasto energético, quer das alterações metabólicas induzidas pela cirurgia.

A derivação de certos segmentos do tubo digestivo, pode levar ao défice de algumas vitaminas e sais minerais, pelo que será necessário efectuar uma suplementação específica após a cirurgia.

A melhoria metabólica ocorre precocemente após a cirurgia (3-5 dias), com reversão da maioria dos casos de diabetes tipo 2 e insulinoresistência, antes que tenha ocorrido uma perda de peso significativa. Isto reforça o conceito de cirurgia metabólica. Ou seja, a cirurgia não funciona apenas porque permite cumprir um plano alimentar e porque induz perda de peso, mas também induz alterações hormonais e metabólicas, regulando os centros do apetite e da saciedade e regulando a função do eixo intestino-figado-pâncreas.

A Federação Internacional de Diabetes (IDF), considerando o aumento epidémico e o impacto a nível de saúde pública da obesidade e diabetes, emitiu uma recomendação para que a cirurgia metabólica possa ser oferecida a todos os doentes com diabetes tipo 2 e obesidade, que não consigam atingir um controlo metabólico adequado com terapêutica médica, especialmente perante a existência de outras co-morbilidades associadas. Dada a segurança e eficácia da cirurgia bariátrica, deverá ser considerada como tratamento de primeira linha, em doentes com diabetes tipo 2 e um IMC superior a 35 kg/m2.