Cerca de 20-25% da população mundial é afectada pelo Síndrome Metabólico, que é uma acumulação de factores de risco cardiovasculares.
As pessoas com Síndrome Metabólico têm maior probabilidade de desenvolver diabetes, doença cardíaca e acidentes vasculares cerebrais. Para o diagnóstico de Síndrome Metabólico é necessário a presença de três dos seguintes factores de risco:
- Aumento do perímetro abdominal, que indicia aumento da gordura abdominal. A presença de gordura na região abdominal (obesidade tipo andróide ou “em maçã”) aumenta o risco cardiovascular de forma mais significativa do que a obesidade acumulada nos tecidos periféricos (coxa e anca, mais típico das mulheres - obesidade ginecóide ou “em pêra”).
- Aumento dos triglicerideos no sangue. Os triglicerídieos são uma forma de gordura (ácidos gordos) que se encontram em circulação na corrente sanguínea e são dependentes da gordura ingerida na alimentação e do metabolismo da gordura depositada no tecido adiposo e no fígado.
- Diminuição do colesterol HDL. O colesterol HDL (“bom colesterol”) é uma forma de colesterol que ajuda a remover o colesterol depositado nas artérias. Um nível baixo de colesterol HDL significa que existe menos circulação do colesterol total e este pode depositar-se em locais impróprios como a parede das artérias. O colesterol HDL aumenta com o exercício físico ou após a cirurgia metabólica.
- Hipertensão arterial. A tensão arterial é a pressão exercida pelo sangue ao circular nas artérias, após ser bombeado pelo coração. Se a pressão arterial se mantiver elevada durante períodos prolongados, isto pode levar à lesão da parede arterial, ao crescimento da placa de ateroma e à sua ruptura, que poderá ser responsável por enfartes ou acidentes vasculares cerebrais. Por outro lado, a existência de placas de ateroma (calcificação da parede da artéria), faz com que a artéria esteja mais endurecida e tenha uma menor acomodação do sangue circulante, o que se traduz num aumento da pressão arterial.
- Insulinoresistência. A resistência à insulina traduz-se por um aumento dos valores de glicose (açucar) no sangue. Este poderá ser um sinal precoce do desenvolvimento da diabetes. O aumento da glicose no sangue, leva a um aumento da produção de insulina, que por sua vez leva a um aumento do “stress” sobre o pâncreas, esgotando a sua capacidade funcional. Por outro lado, o aumento de insulina em circulação, parece estar associado ao desenvolvimento da esteatohepatite não alcoólica (hepatite “gorda”), à progressão da doença cardiovascular e ao desenvolvimento de alguns tipos de cancro.